27 dezembro 2007


porque há coisas de valor
que pouco valor têm
enquanto outras nada valem
e não se compra de ninguém

18 dezembro 2007

para ter acesso ao acesso
é preciso que ele esteja
acessível.
do contrário,
não haverá
progressos.

02 dezembro 2007

no corre-corre das folhas leves
a árvore no chão se estatela
obrigando os carros a irem contra sua
natureza:
a espera.

29 novembro 2007

a nuvem se desfaz em uma
duas...
um milhão de pétalas ao
chão
para lavar-se da
poluição.

25 novembro 2007




teu cheiro me consome
enquanto você me come
...................................

11 novembro 2007

querer não posso
ao ser assim:
tão deprê
tão aquém de mim...

03 novembro 2007

Saudade II

Saudade ruim
é saudade que falta:
não se fez coisa que quis
e a dor reclama em voz alta.

07 outubro 2007

Saudade I

Saudade boa
é saudade macia:
roçando a pele do rosto
levanta pêlo que arrepia!

16 setembro 2007

Ensinamentos da vida

Ela anota na lousa rasgada
O caminho da toada...
Mas não é pra nota,
Nem dar risada:
“Questiona tua vida ingrata”

A criançada afoita, cheia de vida
Faz que não vê e revida:
MP3, MP5,
Papear no celular é a pedida!

13 junho 2007

Produções a partir de Vidas Secas, de Graciliano Ramos

Poetas,

inicio hoje uma série de postagens que corresponde às produções dos meus queridos meninos e meninas caminhantes. Caminhantes que, assim como nós, estão na escola da vida, mas nem sempre sabem muito bem para onde olhar ou o que observam.

A partir da leitura do Livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, pedi para que produzissem algo que representasse a obra e suas relações com nossas vidas.

Por enquanto, tive pouco retorno. Alguns serão aqui expostos, com o consentimento de seus autores e autoras.

O poema que se segue foi escrito por Alex Ruiz, Maria Heloísa, Vitor Cesar e Willan Pereira (na verdade, ele teve de ir trabalhar), todos estudantes de escola pública, no 3o. EM.

Sem censuras ou correções gramaticais/ortográficas, conheçam

"Vidas Sêcas"


Estas palavras resumem uma vida injustiçada,
que sobre a luz do Sol
olho para frente e vejo uma grande jornada,
reflexo de terra improdutiva e desgraçada

Com muita força e perseverança
à frente vejo um toque de esperança,
uma moradia no abandono
que por causa da seca e da miséria estava sem dono.

Em meio às dificuldades e escassez contínua
a realidade da pobreza vivida
de uma família sofrida que,
almejava uma justa folga merecida.

Ao aconchego da casa acharam que a vida ia
melhorar
mas com trovoadas veio a arruinar
pois o dono da casa veio a chegar
e o exploramento e a vida de escravo iria começar

Seu trabalho era explorado
e sem ter opinião própria ele era comandado
por falta de cultura ele sempre era enganado
e sua consequência era sempre o pior resultado

Depois de muitas humilhações
assim chegaram as reações
saíram daquelas terras sofridas com o porém de esquecer
e andaram com uma coisa em mente, de que algo bom iria acontecer.

03 junho 2007

Poeta

Ao Amigo Poeta, Octavio Roggiero Neto

A cabeça em riste
O olhar curioso
Não te negam a poetice
Estampada no rosto.

30 abril 2007

confusão

sinto que dói tudo em mim
tudo em mim dói

falar pensar ouvir chorar correr sofrer amar
dói

é nó que engasga a voz e embarga o pensar no sono mórbido que cedo chega e demora a ir
e não vai

pesadelo constante que chega num instante e noutro se vai para no próximo voltar
e ferir

e dói

ser dói
sem saber quem se está sendo
se estou sendo...

- o que é ser?
aqui é ser?
aquiescer...

nado nado nado
mas não sei nadar e o mar termina no horizonte
que meus braços cansados parecem não alcançar


e acordo batendo numa parede azul que não me deixa acordar.

19 abril 2007

Olegário Alfredo

Na água imunda,
pobre libélula
lavando a bunda.

18 março 2007

dor(risos)

Quando o riso se tranforma em lágrimas
e o choro já parece gargalhadas
é sinal de que é o fim.

02 março 2007

- Quantas horas a mim restam
para, então, te encontrar?
- Tantas vezes a ansiedade
fize-la, por mim, suspirar.

18 fevereiro 2007

o amor

No amor, é como um rio
a lembrança:
calafrio

28 janeiro 2007

Encaixe II

Mas no tempo nos encontramos
Sem esperar, nos trocamos
Com medo, nos aceitamos
Mas confiamos no porvir

Sem disfarce no rosto
Sorrisos estampados
Meus cachos encaixam em seus ombros
Meu cheiro, pelo seu, embriagado

Fora do tempo, do espaço
Em nosso encaixe completados
Ficamos nus enleados
Por nosso amor velados.


Keila Sgobi

25 janeiro 2007

clexos

não sentia nada
o suor salgando o rosto
que pingava dor e alívio
ao som de "Time"

os olhos não enxergava
ao cruzar o espelho quebrado
pelas mãos ensanguentadas

o corpo não respondia
aos impulsos nervosos
que pelas veias corriam


e todos observavam perplexos à mulher esqualida abraçada a uma margarida ao lado de um bilhete que dizia:
"Bom dia"


Keila Sgobi

14 janeiro 2007

dentre bocas e dentes
e teus toques silentes
as palavras são as mais quentes

07 janeiro 2007

Por um 'Fil'

Por umFil
quase perdi a cabeça
e me aventurei pelo
Brasil.

Quase fiz
coisas
que nunca se
viu;
por pouco não ateei
fogo
com um simples
pavio.

Tentei roubar as
tintas
que a natureza
coloriu,
mas desisti
quando
vi
que,
por elas,
uma menina
sorriu.

Tomar a cor do céu
seria um desvario
já que tal
proposta
nunca,
dantes,
existiu.

Só queria o azul do
céu,
todo aquele lindo
anil
para dar-te,
quando me
encontrares,
meu querido
Fil.


Keila Sgobi de Barros
26/01/2003
para Fil