Sabe, eu gosto quase nada da Fernanda Young. Nada-nada. É que eu não me identifico com oseu modo de falar, lidar com as pessoas. Não me simpatizo com o seu jeito de ser demonstrado na TV ou coisa que o valha. Minha opinião. É só isso. Mas ouvi pensamentos muito interessantes desta escritora excêntrica. E concordei com eles.
Ela acredita na eternidade do amor. E o amor não é somente aquele amor do casório, é o amar de gostar de estar junto, de respirar junto, de colo, de cuidado, de brigas, carinhos, alegrias, amizades e tudo o mais. Uma mulher de 36 anos já viveu (leia-se sofreu) muitas dores, amores e horrores nesta vida.
O que me deixou mais confiante em meus pensamentos foi sua constatação sobre o ser adulto: ninguém nos avisa que é a pior fase de nossas vidas. A mais difícil e dolorosa. Infelizmente, a mais longa. Se a adolescência lhe pareceu dolorosa, tenha a certeza de que a vida adulta pode ser ainda pior. E eu já começo a vislumbrar o triste futuro.
Desde meus doze anos sei que a vida não é como desejamos e não corresponde ao nosso planejamento. O que esperava ter construído até os 24 anos ainda está pela metade: falta material de construção, um bom designer de interiores, este tipo de detalhe. Desde os 15 não faço planos para um futuro distante. Penso somente a curto prazo: meses, dois anos no máximo. Tem sido o suficiente para não me frustrar em demasia e lidar com as questões de ser humana física e existencialmente.
Pensar deste modo me permite olhar o sofrimento humano que é sempre presente (seja ele do passado ou futuro) e descrevê-lo como percebo, sinto. Esta dor é constante. As pessoas são solitárias, vivem um vazio existencial comparável a um buraco negro que tudo engole, inclusive quem (ou o que) o cerca e, para camuflarem seus flagelos e negarem o fado que construíram, protegem-se com uma casca oca que reluz falácias envolventes.
Anorexia. Bulimia. Vigorexia. Depressão. Estresse pós-traumático. Síndrome do Pânico. Câncer. Dermatites. Por dentro e por fora adoecemos para evitarmos o contato consigo e com o outro. Conhecer o próprio vazio é imensamente angustiante. O mais (in)sensato continua sendo negar. Esconder. Tapar. Ignorar.
Se ser poeta é negar esta existência, eu nunca fui poeta e nunca serei.
Amém.
"Você sabia que a probabilidade de uma pessoa morrer é maior se o vaso sanitário sob suas nádegas se estilhaçar do que se ela tentar suicídio?"