16 junho 2006

O menino

A criança olha para um lado
para outro,
para o pai,
onipotente,
sentado ao seu lado
e coloca,
disfarçadamente,
o dedinho no nariz.

Gira para a direita,
para a esquerda,
vai fundo...
Retira o dedinho
e desce,
vagarosamente,
para a boca.

Chupa o dedinho,
raspa com os dentes.

Então,
olha para o pai novamente
e repete o ato
inocentemente.

Keila Sgobi

25/06/2001

(Copyleft)

5 comentários:

  1. Ainda lembro quando li este poema pela primeira vez pra minha mãe, que, indignada, o reprovou de todas as maneiras.
    "O menino" cresceu tanto em minha admiração, que posso dizer que é, mesmo que indiretamente, o pai d"o maior de todos". Indiretamente, porque não debrucei-me sobre este meu poema com o seu do lado, mas é certo que permaneceu em meu inconsciente alguma coisa d"O menino", que veio à tona no meu momento de verve. Só que destes assuntos de "inconsciente" nem me atrevo a me prolongar, porque não há pessoa mais autorizada do que você pra tecer comentários...

    ResponderExcluir
  2. [risos!]

    Muito bom!
    Beijos!
    :)

    ResponderExcluir
  3. esse menino...
    dá pra ver seus olhos espertos nas entrelinhas!

    ResponderExcluir
  4. Anônimo00:44

    , crianças. como são divertidas...

    |beijos meus|

    ResponderExcluir
  5. Sensacional!

    É no máximo que moram as mínimas!

    Adoro esses versos com gosto de vidinha (vidinha vidinha, não vidinha de inha pejorativa).


    Beijos!!

    REMO.

    ResponderExcluir